Imagens arrastadas
sobre o videodança Arrastão
Palavras-chave:
Intervenção Urbana, Corpo/Câmera, DançaResumo
Este trabalho trata-se do relato da produção da obra audiovisual Arrastão (2018). Afim de considerar o processo de adaptação em vídeo da intervenção artística de mesmo nome realizada pelo Bando Corpo de Dança, grupo iniciado através do projeto “Processos de pesquisa e criação em Dança: Grupo Experimental” do Instituto Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes/RJ em 2017. Estando junto ao grupo como corpo-câmera durante a montagem do programa da intervenção, foi possível pensar sobre a relação corpo/câmera/espaço para a produção das imagens, definindo como seria a narrativa fotográfica, o lugar que o corpo-câmera ocuparia na intervenção e entendendo o deslocamento dos dançarinos pelo espaço. O processo de produção de imagens se deu em forma de registro/documentário. Como eram diversas pessoas participando da ação as composições de movimentos se tornaram imagens-recortes, fragmentos dos movimentos criados pelos intérpretes. Aqui já foi possível pensar sobre possibilidades de edição, decupagem, continuidade e descontinuidade, cortes, enquadramentos e intervalos, sobre os interstícios dos movimentos e quadros. Os dançarinos trabalharam relacionando o corpo ao espaço em sua composição, o objetivo era fazer com que tudo ao redor – sons, pessoas, espaço, arquitetura, dentre outros – fizessem parte da composição. E os mesmos princípios foram pensados para a adaptação em vídeo. Tratou-se de uma intervenção no espaço no qual o audiovisual pode ser visto tanto como registro quanto como obra em si. Dessa forma observa-se as relações e transformações corpo/espaço/movimento, através desses aspectos, tanto para produção de imagens quanto para montagem. Outro aspecto é de se pensar a própria presença da câmera em cena. Através do corpo que se movimenta/dança, um corpo híbrido, corpo-câmera, que se transforma e registra. Também o próprio movimento do cotidiano e ritmos contidos no espaço, na cidade. Refletindo sobre a relação ficção/documentário, e sobre as relações uma videodança de um vídeo de ação.