Identidades em tempos virtuais
Palavras-chave:
Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação, identidade, sociedade em redeResumo
Devido a influência das novas tecnologias, em especial as Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação – TDIC’s, observamos um declínio das velhas identidades fixas e unificadas. As tecnologias, articuladas com a globalização, caminham no bojo do descentramento propondo identidades provisórias e performances que vão mudando a cada momento. A informação, neste processo, torna-se o meio de produção e distribuição de consumo de bens materiais e simbólicos no contexto contemporâneo. A facilidade de comunicação, a partir das infovias, vem transformando a noção tradicional de tempo e espaço encontrando uma nova visão na construção de conexões que ligam as mudanças do capitalismo e seus reflexos nos eixos fundamentais que organizam as culturas. Se por um lado, a globalização, baseada na nova tecnologia, impõe padrões comuns difundindo uma mesma matriz, baseada no “encurtamento de distâncias”, por outro lado, propicia transformações locais marcadas pela comunicação e por novas práticas sociais, que mudam as formas de ação e as orientações básicas das culturas. A partir das interações, observamos que as TDIC’s intensificam a presença dos atores sociais. A expressão “sociedade em rede”, adotada por Castells (2015) refere-se ao novo perfil da sociedade na ”era da informação e da comunicação”. Essa lógica da rede informacional, via Internet, desenvolve uma crescente rede de interações flexíveis interconectadas que modifica, de forma substancial os processos produtivos, de experiência, poder e cultura. Os indivíduos conectados são “nômades sem sair do lugar” (Lévy, 1999) e por mais paradoxal que possa parecer, este é o perfil do sujeito contemporâneo. Neste momento a concepção de identidade é mais complexa. É caracterizada por rupturas, descontinuidades, deslocamento, ou seja, pelo “hibridismo e sincretismo – fusão entre diferentes tradições culturais” (Hall, 2014). Quanto mais a vida social se torna mediada pelas TDICs, mais identidades flutuam livremente num supermercado cultural.