Evolução do espaço teatral

Autores

  • André Luiz da Cunha Alves Instituto Federal Fluminense

Resumo

Cada linguagem artística que conhecemos, vivenciamos, fruímos, compreendemos, possibilita-nos outro olhar e formas diferentes de vivenciar o mundo. As diferentes linguagens artísticas permitem diversas leituras de mundo imbricadas entre si e em movimentos dialógicos constantes entre pessoas, tempos e espaços. Nessa perspectiva, tais leituras trazem em si novas probabilidades de conhecer, reconhecer, ressignificar e, sobretudo, impregnar sentidos à vida em sociedade. Portanto, as diferentes linguagens se gestam para além de um viés verbal, conferindo, também, à linguagem não verbal uma importante forma de comunicação. Nesse sentido, as linhas, cores, texturas, volumes propostos pelas artes visuais possibilitam-nos a leitura dos mundos de imagens em que vivemos. Do mesmo modo, as formas, a ocupação do espaço, as qualidades do movimento presentes na linguagem da dança abrem portas para o corpo interagir no mundo, para o ser corpóreo que somos. Os timbres, ritmos, melodias da linguagem da música, por sua vez, abrem as janelas dos sons, das diversas paisagens sonoras que compõem nosso cotidiano. Percebe-se que, de forma geral, ao estudarmos a linguagem da poesia, a visualidade, a sonoridade e a formação das palavras implementam novo sentido sociopolítico-cultural e assim, linguagem teatral, construída no tempo/espaços cênicos, possivelmente, interfere nas relações interpessoais dos envolvidos. Por causa disso, esse espaço cênico tem importância significativa, não só para construir uma atmosfera, mas também para dar suporte aos atores que tem a missão de contar uma história. Segundo Montovani (1989), inicialmente, apresentações cênicas eram realizadas quase em sua totalidade ao ar livre, pois os primeiros prédios para as referidas apresentações foram construídos em madeira, sendo substituídos por pedra somente no século V. Eram concêntricos e circulares. O teatro tinha um caráter religioso, e no edifício não havia divisões para o público em classes sociais. A estrutura era: orkhêstra, o círculo central onde atuava o coro; Kôilon, lugar do espectador, um anfiteatro em degrau que envolvia o círculo central; proskênion, lugar onde atuavam os atores, situado dentro do círculo central; e a skéne, uma parede maior que o diâmetro do círculo central, com entradas e saídas para os atores. (MONTOVANI, 1989, p. 08) Podemos observar nas figuras ilustradas abaixo como eram os prédios teatrais, conforme descreve a citação acima. Até a segunda metade do século XVIII, as festas públicas concentravam-se em práticas teatrais, com funções eminentemente políticas e religiosas. Os modelos festivos europeus, por exemplo, apresentavam espetáculos barrocos de enorme apelo e fascínio sensorial, por meio de uma série de representações, como: cavalhadas, touradas, procissões religiosas, desfiles de alegorias, carros triunfais, poesias, danças, músicas, etc. As peças teatrais eram realizadas em palcos de madeira, especificamente construídos para as representações. Porém, a construção e inauguração das casas da ópera representaram uma mudança no fazer teatral nas colônias construção e inauguração e o cenário se modifica, pois há uma gradativa evolução nas formas e funções teatrais no século XVIII, já que, com os novos prédios, o teatro assumiria, para além das funções religiosas e políticas, a função de mercadoria, ao estipular preço de entradas e camarotes. Contudo, a emergência das casas da ópera não pôs fim às festas públicas às quais continuaram sendo organizadas concomitante às temporadas teatrais previstas para apresentação nas casas de óperas. Desse modo, discorreremos sobre a estrutura da casa da ópera em três períodos importantes da evolução do teatro: greco romano, renascentista e contemporâneo.

Downloads

Publicado

2021-10-27

Como Citar

ALVES, A. L. da C. . Evolução do espaço teatral. Encontro de Cultura do IFFluminense, [S. l.], v. 2, 2021. Disponível em: https://anais.eventos.iff.edu.br/index.php/encontrodeculturaiff/article/view/584. Acesso em: 3 maio. 2024.

Edição

Seção

Memória, Patrimônio e Pensamento