A sala do teatro

heterotopias e performatividade no ambiente escolar

Resumo

As heterotopias são abordadas por Michel Foucault como espaços reais e localizaveis na sociedade onde certas utopias se realizam. Ao mesmo tempo que representam, contextam a sociedade e abrem-se a multiplicidade. Aqui põe-se em cena a análise de um espaço real onde observam-se essas características heterotópicas: a sala do grupo de teatro Parada Artistica no IFFluminense campus Itaperuna. Esta tem se configurado como um espaço construído a partir das práticas, das operações dos usuários e suas táticas que os mantém existindo nesse lugar. Como nos escritos de Michel de Certau, fabricações poéticas do cotidiano desses sujeitos. Tal construção não ocorre sem embates, a cultura é produzida nesse campo de disputas e atritos. Se dando mais em fluxos culturais do que como uma cultura unívoca no singular. As relações do grupo com a instituição são analisadas aqui a partir da maneira como ocupam esse espaço físico da escola e também em especial em uma de suas performances realizada em 2016 no evento “Ruptura” no próprio campus. Estas são vistas a partir da perspectiva da articulação das diferenças no campo da cultura, que acompanhando as reflexões de Homi K. Bhaba tem a performatividade como seu elemento fulcral. Desta maneira, o que se apresenta é um olhar para as linhas de fugas e desvios que compõem este rizoma como nas propostas de Giles Deleuze e Félix Guarri. Aponta-se então para as potências e possibilidades destes espaços e fluxos culturais.