COLORISMO

ENTENDENDO A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL E A DISCRIMINAÇÃO BRASILEIRA

Autores

  • Antônio Sérgio Maia de Carvalho Filho IFFluminense
  • Juliana Barreto da Silva IFFluminense

Palavras-chave:

Colorismo, Pigmentocracia, Racismo estrutural

Resumo

O projeto "Colorismo: entendendo a diversidade étnico-racial e a discriminação" é baseado na tentativa de compreender como as relações étnico-raciais no Brasil são únicas e distintas de outros países. Para além da dualidade clássica entre brancos e negros (ou não-brancos), o brasileiro cria uma cartela infinita de classificações hierárquicas baseada, primeiramente, na cor de pele e posteriormente, em outros fenótipos. Essas múltiplas gradações colorativas que vai desde o branco até o “azulão”, passa por nomenclaturas como “moreno jambo”, “dar cor do pecado”, “mulato”, “roxinho”, entre muitas outras. Tudo isso mostra que no Brasil impera uma pigmentocracia. Ou seja, o nosso racismo estrutural não funciona de modo dual e estanque mas funciona de modo a privilegiar gradativamente as pessoas de acordo com seu pigmento. Quanto menos pigmento, mais privilégios; quanto mais pigmento (melanina), mais exclusão e discriminação. Isso significa dizer que, pessoas negras de pele clara, numa sociedade pigmentocrática como a brasileira têm mais acesso a determinados espaços que as negras de pele mais retinta. E é justamente aqui que nos deparamos com dois dos principais e maléficos efeitos desse racismo estrutural aliado à pigmentocracia: a camuflagem do racismo e a crise de identidade. O colorismo funciona como um sistema de favores, no qual a branquitude permite a presença de sujeitos negros com identificação maior de traços físicos mais próximos do europeu, mas não os eleva ao mesmo patamar dos brancos, ela tolera esses “intrusos”, Como consequência deste processo, muitos negam sua negritude, para evitar uma exclusão ainda maior. Prova disso é que segundo dados do IBGE de 2015 apenas 9% da população brasileira se assume negra, enquanto 45% se diz pardo, ou seja, fica num “limbo” étnico-racial.

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Publicado

2021-12-16

Como Citar

CARVALHO FILHO, A. S. M. de; SILVA, J. B. da. COLORISMO: ENTENDENDO A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL E A DISCRIMINAÇÃO BRASILEIRA. Mostra de Extensão IFF - UENF - UFF - UFRRJ, [S. l.], v. 12, 2021. Disponível em: https://anais.eventos.iff.edu.br/index.php/mostradeextensao/article/view/362. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Direitos Humanos e Justiça