O ENSINO DE HISTÓRIA DA GRÉCIA E ROMA ANTIGAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Palavras-chave:
Ensino de História, Grécia antiga, Roma antiga, CurrículoResumo
Vivemos recentemente um intenso debate sobre o currículo escolar de História, desencadeado pelas propostas de formulação da Base Nacional Curricular Comum. O currículo de História proposto na primeira versão da Base se sustentava sobre uma justa crítica de que os currículos tradicionais de História presentes nos diversos sistemas de ensino brasileiro são estruturados em uma grande narrativa eurocêntrica e colonizadora. Como já tem sido apontado há décadas por diversos historiadores, a divisão cronológica tradicional que estrutura tais currículos (Histórias Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea) só faz sentido para uma certa visão da História Europeia, o que faz com que os temas da História Universal e do Brasil só se tornam realmente conteúdos curriculares de nossa educação básica quando passam de alguma maneira a estar “colonizados” pela História da Europa. Para combater este eurocentrismo, a proposta curricular da primeira versão da BNCC centrava-se em uma História multicultural do Brasil e, por isso, eliminava muitos dos conteúdos canônicos estabelecidos pelo currículo tradicional. Os recortes tradicionalmente enquadrados na “História Antiga”, incluindo as histórias da Grécia e da Roma antigas, perdiam quase todo seu espaço nesta proposta como consequência desta abordagem. Nas propostas seguintes, estes temas foram de alguma forma reinseridos diante da forte pressão feita por diferentes setores da sociedade, a partir de argumentos bastante diversos – e por vezes até opostos. Esse retorno não encerra, contudo, o debate em torno dos questionamentos sobre a pertinência do ensino desses temas em nossa educação básica. O objetivo desta apresentação, parte de um projeto mais amplo de avaliação e proposta de inovações no ensino de História da Grécia e Roma Antigas na educação básica brasileira, é identificar alguns aspectos de quais são as imagens fundamentais que este ensino tem produzido, avaliando seus problemas e indicando caminhos para reformulação.