MULHERES QUILOMBOLAS
REDES DE APOIO E AÇÕES DE ENFRENTAMENTO NO CONTEXTO DA COVID-19
Palavras-chave:
Mulheres, Comunidade QuilombolaResumo
A pandemia Covid-19 tem trazido muitos desafios para a toda a população mundial. Os africanos e afro descentes na diáspora constituem parte importante dessa população e as comunidades quilombolas, em especial as mulheres, estão ainda mais suscetíveis e vulneráveis a esses desafios. A comunidade de remanescentes quilombolas Quilombo Baía Formosa é formada por 190 famílias e se localiza em uma região turística do estado do Rio de Janeiro. Em um contexto de adoecimento em massa e da mobilização de inúmeras estratégias de cuidados para prevenção, a sobrecarga de trabalho das mulheres (que remete à questão estrutural da divisão sexual do trabalho) tende a ser exponencialmente aumentada, já que agora há mais gente de quem cuidar e mais tarefas domésticas a desempenhar. Isto agravado pelo quadro socioeconômico, em que as mulheres negras, base da pirâmide social brasileira sendo o grupo mais pobre, chefiam famílias, mas estão desempregadas, trabalhando informalmente por conta própria ou em vínculos precários de trabalho. Nesse sentido, o Projeto teve por objetivo potencializar a comunidade do Quilombo Baía Formosa para o enfrentamento da pandemia Covid-19 e seus efeitos, tais como: assessorar a comunidade na submissão de propostas a editais de fomento de ações comunitárias emergenciais, auxiliar na produção de materiais informativos visando a prevenção da população e criar grupo de apoio às mulheres quilombolas. Tendo a pesquisa-intervenção como nossa metodologia-chave, conseguimos auxiliar as mulheres do Quilombo Baía Formosa na concorrência e execução do edital UnHabitat que possibilitou a confecção e distribuição de máscaras, de cestas básicas de alimentos e produtos de higiene a vários moradores do quilombo. Outra ação realizada foi a assessoria na produção de informativos de prevenção à covid-19 em formato digital e panfletos distribuídos à comunidade.