MICO-LEÃO-DOURADO COMO ESPÉCIE BANDEIRA PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO CENTRO NORTE FLUMINENSE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESTAURAÇÃO DE FLORESTAS E COMBATE A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS

Resumo

A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) é uma organização não governamental (ONG), criada em 1992, possui caráter científico-sócio-educacional e sua missão é promover a conservação da Mata Atlântica e toda sua fauna característica, em particular o Mico-Leão-Dourado (Leontopithecus rosalia). A UENF conta com o apoio da AMLD, a qual já possui parceria com as Secretarias Municipais de Educação de Silva Jardim, Casimiro de Abreu e Rio Bonito. Estas parcerias configuram uma oportunidade única de desenvolvimento de ações comunitárias, baseadas no conhecimento científico, visando expandir a educação ambiental, coibir e minimizar as consequências do tráfico de animais silvestres e da introdução de espécies exóticas. O projeto “Redescobrindo a Mata Atlântica”, em parceria com a UENF, desenvolve a formação continuada em educação ambiental para professores que atuam em escolas localizadas na área de ocorrência do mico-leão-dourado. O projeto visa resultados em longo prazo e é realizado por encontros periódicos. As atividades são desenvolvidas de forma interdisciplinar, visando fazer com que o professor se aproprie de novas ferramentas didáticas, saberes e práticas que atingirão de forma eficaz os alunos. O projeto “Redescobrindo a Mata Atlântica 2019” contou com 20 professores que atuam como educadores nos municípios de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e Rio Bonito. Nos meses de outubro e novembro foram realizadas as 02 últimas oficinas do ano de 2019, totalizando assim 08 oficinas ao longo do ano. As oficinas incluem a realização de palestras com pesquisadores que trabalham na região, estudos do meio para reconhecimento da floresta, incluindo sugestões de como os professores podem realizar esse tipo de atividade prática com seus estudantes em florestas próximas de suas escolas. Outro projeto que envolve educação ambiental é o “Guardiões da Floresta” que segue a mesma metodologia do Redescobrindo, porém é voltado para crianças que estudam nas escolas da zona rural de Silva Jardim que estão nas áreas de fragmentos de Mata Atlântica, com presença do mico-leão-dourado (E. E. Mz. Imbaú; e E. E. Mz. Vila Silva Jardim). Nos meses de outubro e novembro foram realizadas 07 oficinas, nas escolas localizadas em Aldeia Velha e Imbaú, com os temas Flora, Fauna e Recursos Hídricos. Muitas pessoas visitam a sede da AMLD para participar de palestras, cursos e eventos. No período de outubro de 2019 a março de 2020 foram realizadas visitas com 05 grupos, totalizando 164 visitantes. Em outubro de 2019, deu-se continuidade ao monitoramento fotográfico da obra de construção do viaduto vegetado. Os registros eram feitos semanalmente, de ângulos específicos. Devido à pandemia do Covid-19 não foi possível registrar os últimos meses de obra. No momento o site institucional da AMLD passa por um processo de reformulação e atualização, para isso foram utilizadas fotografias atualizadas do banco de imagens, e também a continuidade da organização do acervo fotográfico. No dia 02 de Agosto é comemorado o dia do Mico-leão-dourado, e para comemorar foi realizada uma transmissão ao vivo, pela página da Associação Mico- Leão-Dourado na rede social Facebook. A “live” teve o total de 8.129 alcances, 1.955 engajamentos, 232 comentários e 25 compartilhamentos. Durante a transmissão foi falado sobre a importância da data comemorativa e sobre os trabalhos desenvolvidos na AMLD nos últimos meses. Foi realizado um concurso de arte com 93 inscritos de 05 países diferentes, obteve-se o resultado de 06 ganhadores. O Projeto de Extensão conta com o auxílio do blog “Projeto Saguis Invasores” (http://projetosaguisinvasores.blogspot.com/), criando em 2007. Na forma remota está sendo realizada a atualização do blog, um site que tem como objetivo fazer o trabalho de divulgação científica em uma linguagem acessível com foco na relação do C. Jacchus (sagui-de-tufos-brancos) e C. penicillata (Saguis-de- tufos-pretos) com o L. rosalia (mico-leão-dourado). O blog ganhará design e endereço novo. Após a atualização ele estará inserido na forma de página dentro do site do Setor de Etologia Aplicada à Reintrodução e Conservação de Animais Silvestres (SERCAS) que pertence ao Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da UENF. A plataforma será movimentada da seguinte forma, periodicamente será publicado um texto produzido pelo grupo no tema pertinente ao foco assim como notícias sobre o estado atual de conservação do mico-leão-dourado e dos impactos dos saguis em seu território. Com a divulgação do blog concluído, será possível veicular informações para o público geral de uma forma acessível e estimular a conscientização sobre a problemática dos saguis alóctones na região de mata atlântica. Atualmente o professor associado à Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e coordenador do Setor de Etologia, Reintrodução e Conservação de Animais Silvestres (SERCAS), o PhD Carlos Ramón Ruiz-Miranda, vem trabalhando em parceria com outros especialistas e com a AMLD, nos Planos de Ação Nacional (PAN) relacionados à Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-Coleira, com o intuito de encontrar soluções de manejo que protejam espécies nativas e controlem ou erradiquem espécies exóticas invasoras. O blog reforça a essência de ser uma ferramenta de comunicação entre os cientistas e a população, para quebrar os tabus relacionados a essas espécies. Os bolsistas também participam dos campos com a equipe de Metapopulação da AMLD, auxiliando nas atividades como: - Ceva e captura de grupos de Leontopithecus rosalia (mico-leão-dourado) e Callithrix sp. (mico-estrela), para extração de amostras biológicas, tais como: sangue (amostra coletada pelo veterinário do projeto), pelos, fezes, esfregaço e swabs. Identificação dos indivíduos através de tatuagem, pinturas dos pelos e a fixação de rastreadores (realizados pela bióloga coordenadora da equipe de Metapopulação e/ou pelos assistentes de pesquisa). - Processamento de amostras biológicas: centrifugação, triagem, identificação e armazenamento. - Participação no campo de busca ativa, percorrendo fazendas parceiras e reservas florestais, no intuito de capturar indivíduos das espécies Coendou spinosus e Bradypus torquatus, para coleta de amostras biológicas e fixação de rastreadores para pesquisa de deslocamento. - Auxílio na instalação e manutenção de armadilhas fotográficas e na análise dos dados capturados por esse recurso. Os dados serão utilizados pelos bolsistas para dialogar com os proprietários sobre a importância da preservação da Mata Atlântica e a riqueza que ela apresenta, reforçando a necessidade da realização do reflorestamento, interligando áreas por meio de corredores ecológicos e a denúncia da prática da caça e desmatamento em suas propriedades.