Burocracia e articulação na rede de atenção psicossocial em Campos dos Goytacazes (RJ)
Palavras-chave:
Redes de formais de saúde, Unidades de atendimento à saúde, Operacionalização remota, Políticas públicasResumo
Em sua origem, este projeto tinha como objetivo conhecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no município de Campos dos Goytacazes (RJ), buscando diagnosticar o funcionamento dos equipamentos da rede e como se relacionavam, ou seja, como a interligação influenciava, na prática, na capacidade encaminhamento de pacientes e articulação em rede. Em seu segundo ano, já na pandemia de Covid-19, adotaram-se procedimentos alternativos, onde os trabalhos passaram a se dar de forma remota. Considerando esse contexto, iniciou-se a tentativa de migração da intervenção do projeto para o âmbito pedagógico, através da oferta de cursos e palestras, tendo sido iniciado um levantamento dos temas de maior demanda dos profissionais. Ainda durante essa fase de levantamento de demandas, que ocorria em meio a mudanças de gestão nas secretarias e equipamentos, o que dificultou o acesso ao campo, nos propomos a discutir, por meio das redes sociais, como o instagram, temas relacionados à reforma psiquiátrica brasileira e às bases teórico-conceituais do projeto, como a organização das Redes de Atenção Psicossocial, luta antimanicomial, e burocracia de nível de rua. A partir dessas discussões, construíram-se parcerias com o CAPSi e com a UFF, culminando na live intitulada “Manicômio nunca mais? Desafios atuais para a reforma psiquiátrica”, transmitida pelo canal da UENF TV no youtube, onde foram abordados os contextos macro e micro políticos da reforma psiquiátrica brasileira durante os 20 anos desde a sua implementação com a lei 10.216/20013. Em consequência desse debate, observou-se que tanto os avanços neoliberais quanto a pandemia tiveram impactos importantes nos processos de trabalho dos profissionais da RAPS do município, o que nos impulsionou a tentar uma reaproximação com a RAPS e melhor identificar os impactos da pandemia na atuação desses profissionais. Para isto, propõe-se como próximos passos do projeto, a realização de encontros com os mesmos na tentativa de estabelecer diálogos sobre as realidades de seus trabalhos e pautas que estão pulsando nestes contextos, criando, dessa forma, a possibilidade de traçar novas intervenções junto à RAPS.