Guardou o livro e foi ao teatro
os desafios da dramaturgia nas adaptações literárias
Palavras-chave:
Adaptação Teatral, Palco, DiálogoResumo
O ser humano é um espectador em potencial à espera de uma história, que tanto pode vir a ser de domínio público por meio da memória social quanto constituir-se em romances, novelas e contos. Se o dramaturgo quiser adaptá-la para o teatro, deverá considerar os aspectos dramáticos desse transporte sem perder o diálogo com a obra original. Quando se lê um livro, o leitor viaja só, enquanto uma plateia realiza uma viagem coletiva nessa representação que se dá com economia de meios e com as unidades de ação, tempo e espaço limitados ao palco, em algumas horas, se tanto. Este trabalho tem como objetivo analisar aspectos do fazer teatral com relação a obras literárias, com revisão de literatura que estabelece diálogos entre diferentes gêneros discursivos que migram de dimensões por necessidades e exigências sociais e históricas de cada comunidade, com um recorte sobre as suas influências nas práticas comunicativas da interação entre os homens. Orientado por conceitos-chave do filósofo e pensador russo Bakhtin e do grego Aristóteles; apoiado em roteiristas como o norte-americano Syd Field e os brasileiros Henrique Tavares e Carla Faour; críticos e ensaístas como o português Alberto Pimenta e o francês Patrice Pavis; e complementados pelo pensamento de professores de literatura como Helena Parente Cunha e Analice Martins, direcionamos nossos esforços na revisão de uma literatura específica que pudesse contemplar o tema proposto, no sentido de comparar os gêneros comunicativos envolvidos no processo dessa articulação, concluindo pela multiplicidade de vozes que advêm do caráter polifônico da arte de transferência, esta que exige o abandono de adornos em benefício da ação, considerando que a imaginação criadora deverá dar ênfase a situações simbólicas que tragam ao público um grande espelho que o refletirá o seu imaginário.