Acalásia
métodos de diagnóstico e tratamento
Palavras-chave:
Acalásia, Esôfago, Endoscopia digestiva altaResumo
Acalásia é o distúrbio motor primário do esôfago mais comum, caracterizada por relaxamento parcial ou ausente do esfíncter inferior do esôfago e contrações não-peristálticas no corpo esofágico. As alterações encontradas na acalásia são consequências da degeneração de neurônios do plexo de Auerbach, presentes na parede esofagiana. O presente caso tem como interesse salientar a importância de exames de imagem no diagnóstico preciso de doenças do trato gastrointestinal, bem como no auxílio do tratamento. G.R.F., feminino, 25 anos, casada, compareceu ao PFS, queixando-se de náuseas, pirose e regurgitação, há aproximadamente dois anos, em que foi diagnosticada e tratada como Doença do Refluxo Gastroesofágico. Porém, nos últimos 3 meses evoluiu com piora dos sintomas, associada a vômitos e perda ponderal de 6kg. Foi solicitada endoscopia digestiva alta (EDA), na qual foi encontrada esofagite grau B e esvaziamento esofágico prejudicado e uma ultrassonografia de abdome sem alterações. Foi então solicitada seriografia do esôfago, estômago e duodeno (SEED), em que foi visualizada uma redução do calibre do esôfago terminal e uma dilatação a montante da área estenosada (imagem em "chama de vela" ou "bico de pássaro"), indicativo de acalásia. A paciente realizou duas dilatações endoscópicas, havendo melhora clínica significativa e ganho ponderal. Sabe-se que esse tipo de tratamento tem resultados satisfatórios em 60-85% dos casos, e que podem ser realizadas novas dilatações em casos de recidiva. A acalásia pode ser dividida em primária (idiopática) ou secundária, sendo a principal causa de acalásia secundária no Brasil a doença de Chagas. No caso descrito, foi diagnosticada acalásia de origem idiopática.