A expansão e os desafios da pós-graduação no Brasil

o caso das Ciências Ambientais (2001-2016)

Resumo

Os Programas de Pós-Graduação (PPGs), na área de Ciências Ambientais, tiveram grande expansão no Brasil nos últimos anos, objetivando a formação de mestres e doutores capazes de interpretar problemáticas socioambientais e oferecer subsídios para a implementação de políticas públicas, visando à construção de sociedades sustentáveis. Historicamente, a CAPES avalia esses PPGs na grande área Multidisciplinar (criada em 1999), com a subárea “Meio ambiente e Agronegócio” (2001-2003), “Meio Ambiente e Agrárias” (2004- 2006), passando para Interdisciplinar “Meio Ambiente e Agrárias” (2007-2009) e Ciências Ambientais (desde 2011). Na avaliação 2001- 2003, havia 31 PPGs; em 2004-2006, 49 PPGs; em 2007-2009, 51 PPGs; em 2010-2013, 88 PPGs; atualmente, são 117 PPGs, com 148 cursos, dentre os quais 36 de doutorado. Desse modo, após 15 anos, há mais cursos de doutorado do que a soma de PPGs anterior. Nesse período, vários PPGs migraram de outras áreas “disciplinares” para as Ciências Ambientais, portanto os números citados não significam necessariamente novos PPGs e cursos, mas uma reorganização. Todavia, cabe ressaltar que em 1999 havia apenas 46 cursos na grande área Multidisciplinar, somando-se todos os níveis (mestrados profissionais, mestrados e doutorados) em todas as suas subáreas. Além disso, dados recentes da CAPES evidenciam a expansão dos PPGs em Ciências Ambientais no Brasil, com a criação de 70 novos PPGs desde 2010, dentre os quais 18 com cursos de doutorado. Essa expansão gera desafios à melhoria da qualidade. As avaliações da CAPES atribuem notas de 3 (pior) a 7 (melhor) aos cursos. No período 2001-2006, 70% dos cursos em “Ciências Ambientais” receberam nota 3, 24% nota 4 e 6% nota 5. Atualmente, 47% dos cursos têm nota 3, 40% nota 4, 9% nota 5, 3% nota 6 e apenas 1% tem nota máxima 7. Assim, são necessárias estratégias visando à melhoria da qualidade dos cursos na área de Ciências Ambientais.