A estigmatização da sexualidade de pessoas com deficiência visual
rompendo paradigmas por meio da educação inclusiva
Palavras-chave:
Sexualidade, Educação, InclusãoResumo
Embora seja perceptível a necessidade de se discutir temas complexos como a sexualidade humana, e da educação se apresentar como instrumento promissor na elaboração da questão, ainda existem inúmeras dificuldades ao se externar o assunto, pois manifestações de ordem sexual costumam alarmar o corpo docente e comunidade escolar. Se explorar tal conteúdo pode gerar incômodo, se propõe aqui algo ainda mais delicado, a compreensão da significação social da sexualidade de pessoas com deficiência visual, almejando discernir a vivenciação de tal processo, além de refletir acerca do papel crucial da educação inclusiva como viabilizadora da expressão legítima desta sexualidade, atuando como agente empoderador destes sujeitos. Ambiciona-se encadear conteúdos de grande amplitude como sexualidade, educação e deficiência visual, e para tanto se realizou pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo. A princípio espera-se compreender a percepção acerca das pessoas com deficiências e, posteriormente, busca-se a apreensão da deficiência visual em um contexto de experenciação permeado por captações visuais, que considera a visão um dos sentidos que possibilitam a formação de conceitos e ideias, além de uma das principais formas de estruturação relacional do indivíduo com o seu entorno. Neste contexto, a diminuição ou perda da mesma pode comumente ser associada a incapacidades, inclusive na expressão saudável da sexualidade. O ser humano deve ser conceituado para além de qualquer deficiência, não podendo de nenhuma forma ser nominado ou reduzido à limitação que possui, sendo a deficiência, apenas mais um dos aspectos que o constituem. Discutir a temática da sexualidade da pessoa com deficiência visual torna-se desafiador, na medida em que interpõe e afronta os paradigmas e estigmas impostos socialmente, podendo ser a educação um dispositivo garantidor de direitos e agente provedor da inclusão.