Medicalização na docência como fenômeno da precarização do trabalho em Santo Antônio de Pádua/RJ
compreendendo os motivos existentes
Palavras-chave:
Psicofármacos, Educação, DocentesResumo
Este trabalho se propõe a fazer uma análise do fenômeno da medicalização na docência, a partir do levantamento de entrevistas sobre as condições de saúde dos professores da educação básica do município de Santo Antônio de Pádua/Rj. O objetivo da pesquisa é apontar os motivos que levaram ou levam tais professores a fazerem uso de medicamentos, tais como: a Ritalina,Rivotril, etc., considerando as precárias condições de trabalho aos quais os docentes estão inseridos. Primeiramente devemos apontar as condições objetivas nas quais se dá o trabalho dos professores do referido município, considerando, primeiramente, a desvalorização salarial, cabendo considerar também a carga excessiva de trabalho em mais de uma escola, a superlotação das turmas, as condições de infraestrutura escolar, a falta de respeito e/ou até mesmo a violência na relação aluno-professor, dentre outros fatores, apontados por eles, que vem caracterizando o trabalho docente como precarizado e superexplorado, levando ao adoecimento do professor. Entretanto, o adoecimento da saúde física e psíquica não são os únicos motivos para explicar o uso de psicofármacos pelos professores, pois foi verificado nas entrevistas, também, o fenômeno do “adoecimento do olhar”, isto é, o olhar patologizante, que leva professores a fazerem uso de medicamentos de forma indiscriminada e sem prescrição médica, para evitar o adoecimento, por considerar sua relação com o trabalho adoecedora. Logo, esse trabalho objetiva-se, a partir das entrevistas semiestruturadas, com oito professores que trabalham nas escolas públicas municipais de Santo Antônio de Pádua/Rj, para compreender os motivos impulsionadores do uso de medicamentos.