Parada Artística
forças que interrompem uma lógica dominante por meio de uma revolução estética
Palavras-chave:
Teatro, Trajetória, Interrupção, Estética, TransgressãoResumo
O presente trabalho é uma análise epistemológica do nome escolhido por um grupo de teatro, cujo berço é o Instituto Federal Fluminense (IFF) em abril de 2010, aproximadamente um ano depois da criação do próprio IFF campus Itaperuna. A pesquisa busca resgatar a memória desse grupo, bem como as marcas dessa relação de forças na instituição. A análise tem como premissa o próprio nome do grupo de teatro “Parada Artística”, nomeado com a intenção de provocar uma pausa para arte. Buscamos compreender, nessa pesquisa, se o grupo se constitui de fato como esse dispositivo de interrupção de uma lógica hegemônica e se o faz a partir de uma produção estética. Para entender esse dispositivo de interrupção, valemo-nos aqui do conceito de escola como máquina de guerra e como máquina de estado, dos autores Deleuze e Guattari, e ainda em relação a esse movimento artístico, valemo-nos do conceito de estética da existência num diálogo com Nietzsche e Foucault. A formação do grupo de teatro por alunos dentro de uma escola de formação técnica e o nome do grupo sugerem pistas de um possível movimento contra-hegemônico, como uma travessia, algo que busca romper com o instituído: a lógica dominante de uma escola de ensino médio voltada para formação técnica, para uma sociedade do desempenho, em que tudo tem uma função definida e deve servir para algo, não permitindo o “ócio criativo”. O grupo desenha sua história com práticas instituintes, permitindo engendrar outras lógicas de se educar e ser educado. O trabalho é marcado por esse protagonismo juvenil dentro do IFF e os reflexos dessa atuação na formação dos estudantes. Buscamos por meio do método cartográfico, vestígios dessa trajetória de transgressão e mudança a partir de uma experiência singular, de produzir-se enquanto humano.