"Evem" e outras conjugações

uma abordagem sociolinguística do léxico campista

Resumo

O léxico de uma região sofre alterações, seja pela inserção de novas palavras, pelo esquecimento de outras, ou ainda, pela ressignificação de algumas. O fato é que a língua não é um sistema fechado, estático que permanece imutável na sociedade. Ela vai se transformando devido às necessidades de seus falantes. Pensando nesses processos linguísticos, vários trabalhos que visam cartografar os falares têm sido implementados no Brasil desde a década de 60. Merecem destaque e estão a pleno vapor o Atlas Linguístico do Brasil (Alib) e o Projeto de Norma Culta Urbana Oral Culta (Nurc). O Alib, coordenado pela professora Suzana Alice Marcelino da Silva, tem por objetivo fazer uma cartografia geral dos dialetos brasileiros. Seus primeiros volumes foram publicados em 2014. Ao seu turno, o Nurc é realizado nas principais capitais do Brasil, documentando a forma culta da língua falada no país. Com base nas pesquisas de cunho sociolinguístico realizadas no território nacional, o presente trabalho visa analisar o léxico campista para averiguar seu estado de vigência na fala dos habitantes da região, averiguando a existência ou não do preconceito linguístico no que diz respeito à produção diatópica peculiar da Baixada Campista. A pesquisa está centrada na metodologia de aplicação de inquéritos linguísticos cujos dados são cartografados de acordo com os aspectos fonético-fonológico, morfossintático, léxico-semântico e pragmático-discursivo. Também é discutido como a escola trata esse tema, já que a língua faz parte do capital cultural de qualquer indivíduo e por isso é parte de sua memória social.