O corpo como espaço de resistência

uma análise da questão de gênero à luz da microfísica do poder Foucaultiana

Resumo

Figura de subordinação, inferioridade e submissão, a mulher por muito tempo foi confinada a viver sob o domínio e poder da figura masculina. As relações de poder, na visão de Foucault, atuam como um mecanismo de coação, disciplina e controle sobre os indivíduos. Causador de grandes debates e discussões, os direitos relativos ao corpo feminino ainda são dificilmente compreendidos pela grande maioria da sociedade. É diante dessa desigualdade que o presente trabalho tem por objetivo analisar as relações de poder partindo da premissa da luta por efetivação dos direitos femininos. Também comporão os objetivos do mesmo, debater a complexa questão relacionada à interrupção da gravidez como um direito da gestante, ressaltando os debates acerca do início da vida e da (in)violação do princípio da dignidade humana e dos direitos reprodutivos da mulher. Para tanto, utiliza-se do método dedutivo e historiográfico, bem como a revisão bibliográfica como técnica de pesquisa para melhor discorrer sobre a temática posta em destaque. Aqui, infere-se a dificuldade de discussão sobre o tema em comento, pelo fato de envolver questões éticas, morais, religiosas, socioculturais, políticas e legais. Em decorrência disso, surgem dois movimentos diferentes: um “pró-escolha” e o outro “pró-vida”. Diante desse cenário, o que não se pode negar é que a pessoa que mais sofre com tudo isso é a mulher, que fica desprotegida tanto pela lei quanto pela saúde. A igualdade entre homens e mulheres está longe de se concretizar de fato. Pois a mulher ao realizar o procedimento de interrupção da gestação é mal vista pela sociedade, tendo sua conduta, em algumas dessas hipóteses, considerada como crime ao passo que o pai que ao abandonar seus filhos, não sofre nenhum tipo de sanção. São questões como essa que mostram que reflexões sobre o tema precisam ser feitas e acima disso, precisam ser compreendidas.