Análise das licenças por motivo de saúde em servidores da educação
Palavras-chave:
Licença por Motivo de Saúde, Saúde do trabalhador, Setor PúblicoResumo
A educação é uma área de aspectos laborais específicos, principalmente relacionados ao estresse, que podem atingir a saúde de seus trabalhadores, em virtude do próprio ambiente escolar e suas relações intersetoriais, gerando doenças que afetam a qualidade de vida não só no trabalho, mas também fora dele. Apesar de muitas vezes ligada diretamente à figura do professor, o âmbito da educação tem sua estrutura formada por trabalhadores com outras funções, estabelecendo uma rede de suporte para que a educação efetivamente aconteça dentro das instituições. Estudar sobre os afastamentos desses trabalhadores gera informações pertinentes, nos levando a compreender a complexidade do problema no âmbito da educação pública. O objetivo desta pesquisa foi analisar as licenças geradas devido necessidade de tratamento de saúde, descrevendo os índices por categoria profissional, segregados em professores e técnico-administrativos em educação (TAEs). Trata-se de um estudo transversal, realizado em uma instituição pública de ensino, acerca das licenças para tratamento da própria saúde de servidores, homologadas no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017. A população de 1.620 servidores, sendo 914 professores e 706 TAEs, apresentou um total de 5.115 afastamentos durante o período estudado. TAEs se afastam em maior quantidade (67,1% das licenças), porém os professores se afastam uma média maior de dias em todo o período do estudo (uma média de 8 dias a mais). Sobre as doenças que afastam os servidores, podemos destacar que o grupo relacionado aos transtornos mentais e comportamentais apresentou aumento expressivo se comparado às demais causas, principalmente entre os professores, obtendo crescimento ao longo dos anos. Os resultados evidenciam a necessidade de se formular políticas voltadas à saúde do trabalhador e de se discutir sobre melhorias nas organizações do trabalho.